A ver as filas de
pessoas à porta dos Centros de Emprego logo cedo de manhã, a ler nos
jornais sobre o crescente pedido de vistos de trabalho e estudo de
recém-licenciados para o Brasil, ou simplesmente apanhar o vôo só de ida para Inglaterra, Alemanha..., e ver os
idosos com suas pensões miseráveis serem obrigados a ir recolher comida
aos restaurantes populares e ficarem a depender da caridade das juntas
de freguesia para conseguir comprar os remédios, ver as empresas a
dispensar empregados e a sofrerem os maiores constrangimentos para pagar
os impostos e à Segurança Social, jovens casais a deixar de ter filhos por não ter como sustentar-lhes, em tudo isso se vê a ruína de Portugal.
Uma tal situação de penúria que não se compara a que se vivia na onde de emigração para a França nos anos de 1960, quando também não havia muito dinheiro, mas havia trabalho. Hoje há desesperança e muita confusão quanto a quem culpar, mas não é difícil perceber quem é responsável por esta situação.
Uma tal situação de penúria que não se compara a que se vivia na onde de emigração para a França nos anos de 1960, quando também não havia muito dinheiro, mas havia trabalho. Hoje há desesperança e muita confusão quanto a quem culpar, mas não é difícil perceber quem é responsável por esta situação.
O
Estado português, agora posto à trela pela Troika do FMI, da Comissão
Europeia e do Banco Central Europeu, pôs a si mesmo nessa situação pela
irresponsável ambição de obter o apoio dos portugueses oferecendo-lhes
um estado social paternalista que pagava por tudo e ao invés de estimular a livre
iniciativa empresarial, confiando pateticamente na continuidade perene
dos fundos comunitários para apoiar essas leviandades de governação
pública, sem pensar no futuro dos portugueses, contando com a estratégia de resistir a tudo e a todos como se fosse um herói que fez o que pôde para evitar a catástrofe para logo em
seguida, fora do governo, apressar-se para pôr as culpas nos seus sucessores.
Muito
dessa estratégica política maquiavélica só poderia ser concebida por um
grupo político extremamente ambicioso, descomprometido com os
verdadeiros e legítimos fins a que um governo de Portugal deveria
cumprir, mas sempre atento às oportunidades que o poder coloca aos que
compõem as suas fileiras, seja através das nomeações, seja através das
oportunidades enevoadas que se apresentam aos que controlam a chave do
tesouro que paga pelos contratos públicos com as empresas privadas.
Aliado
a isso e com a cumplicidade desse mesmo governo, o setor bancário
concedeu o crédito barato para que os portugueses pudessem comprar casa,
carro e mobiliário a fim de viver à altura de um sonho sustentado por
artimanhas e aspirações ardilosamente inspiradas que não encontrou eco
na frágil economia portuguesa.
Assim
se fez a ruína de Portugal, caro leitor. À custa de muita mentira, a
que os portugueses, de uma parte, quiseram acreditar de coração e, de
outra parte, por ignorância e ideologia obsoleta, pensavam tratar-se de
uma obrigação do Estado dar apoios sociais e direitos laborais a tudo e
todos, desprezando e maltratando as pequenas e médias empresas.
Hoje há greve geral, mas
para quê? Portugal encontra-se à mercê dos seus credores internacionais
e não há greve nesse mundo que possa alterar as obrigações a que o
governo anterior se comprometeu e o atual tenta a muito custo fazer cumprir.
Causa-me uma profunda tristeza ver Portugal nesse triste estado, com o povo cabisbaixo, sem ver no horizonte o futuro de grandeza que os nossos antepassados nos legaram.
Esta antiga nação, com seu forte sentimento familar, com a sua religiosidade interiorizada e com o seu amor pela pompa e pela circunstância,
não foi concebida e nem existe para ficar à mercê de forças políticas
nefastas e corruptas que usam o país para alcançar os seus objetivos
obtusos, que se opõem flagrantemente aos princípios que orientam a administração pública.
São estes os verdadeiros culpados por toda a miséria, por todo o sofrimento, por toda a privação.
Portugueses, acordai! É tempo de julgar e punir as irresponsabilidades dos que conscientemente nos conduziram pelos caminhos desastrosos, arruinando as ruínas do Estado e arrastando todo o resto do país para o precipício dos desesperos a que chegamos.
Ao atual governo, à parte da sua falta de habilidade em comunicar, não cabe imputar culpas pela herança maldita que está a tentar gerir.
É tempo de mudar os conceitos e homenagear a Justiça!
Paris não pode ser refúgio de luxo para os traidores de Portugal!