sábado, março 31, 2012

Um novo sorriso para ti



Vai, corre por esse campo aberto que é a vida. Há mil caminhos, basta apontar o nariz e querer muito que se há de chegar ao destino. E à nossa espera, o destino parece sempre perguntar "por que demoraste tanto? Era tão claro, desde cedo, que virias para cá ao pé de mim."
E por odiar esse fatalismo tão certo das nossas vidas, eu invento dentro de mim, usando o cariz faceiro e apaixonado da minha alma, um sorriso novo para ti.
Sorrio assim de lado, o meu riso mais bonito. Encontras nele o destino certo das coisas incertas? Não, não vais achar isso. Se veres bem, com olhos e coração, encontrarás meiguice e timidez, verdade e paixão, perdão e temperança. Tudo num sorriso que, dedicado e sincero, não pode ser nada menos que novo a cada instante que nasce.
Um sorriso novo que não é apenas a resposta à alegria que me causa o mundo, mas que é a alegria que queria dar ao mundo. Não de um modo tolo, mas com confiança, não sem porquê, mas com convicção na alegria pois, como bem disse o poeta, a alegria "é assim como a luz no coração".
São abertos os campos da vida, mas o meu caminho é reto, não faço curvas e nem busco atalhos. Vejo no horizonte, a querer levantar-se para estar no alto do céu, uma estrela vespertina. Esta doce classe de estrelas que aparece já ao fim do dia e que, por ter o brilho tão singelo, é engolida pela noite escura que já não a deixa aparecer.
Tão bonita, tão cintilante a estrelinha. Comunica o brilho que damos à nossa jornada: por simples que seja encontra-se na perspectiva de crescer e subir aos céus do que uns chamam felicidade, outros paz de espírito e que eu prefiro referir como "o incondicional amor" por tudo que o mereça.
Sorri-me a estrelinha vespertina, luz tão distante, perdida na vastidão estelar do que o olho humano a nu pode distinguir. De onde vem o teu brilho, amiguinha? Ela responde-me a brilhar em um código secreto que eu consegui decifrar: "do teu novo sorriso para mim".
Ela continua, continuo também eu. Não digo adeus, pois para mim essa palavra é sombreada pela tristeza do que é definitivo - eu sei, não se justifica. Digo "Boa noite! Brilha sempre!" Alguém cá da terra quer muito que continues a brilhar por dentro da grande noite escura. No meu sorriso novo há também o brilho deste doce encantamento.