quinta-feira, agosto 28, 2008

Corações rotos

The raccoon - Calvin & Hobbes

Lá do céu a lua nos acompanhava pelas ruas durante aquele consentido regresso à Alta, pleno das ruas vazias neste valente mês de Agosto das férias universitárias.
Íamos curiosos e curiosa nos acompanhava a lua. Nas bordas dos olhos uns horizontes novos e nos dedos um enlace frágil e sem segredos.
Lembrei-me das minhas longas noites em West End e o quanto daquela devassidão encontrava algum sentido no meu espírito apaixonado. As meninas inglesas com seus gestos exagerados e cheias daquela sagacidade encantadora delas, a ingenuidade dos turistas desprevenidos ao hábito inglês de beber-se sempre ao exagero, a querida condição dos estrangeiros não se sentirem assim tão estranhos. Havia um denominador comum naquilo tudo e havia um encanto próprio daquelas ruas e daquela gente, um subtil comprometimento com a vida.
Subitamente um sorriso lançava aquilo de volta aos meus olhos e eu quis sempre poder crer na esperança e no brilho dos olhos, mas a lua estava tão linda... O silêncio e a madrugada encontraram de novo espaço em mim e só apetecia estar sozinho a olha-la. Ninguém mais poderia compreender aquilo, ninguém poderia perceber que a lua ali a olhar por mim falava-me numa língua esquecida das rotas madeixas dos sonhos e das esperanças dos que foram perdoados, a perguntar-me por onde eu tinha andado todo esse tempo...
Assim levei-te até a porta de casa e sorri sem mais nada ter para dar além de um alívio algo inesperado por estar algo como... livre para o meu encontro lunar.