quinta-feira, março 15, 2007

Dia da mulher

Passou-se há pouco o dia da mulher, dia 8 de março. Eu nunca gostei desse dia, não por a mulher não merecer, mas porque acho que é muito pouco um só. Nesse mesmo raciocínio, todos os outros são nossos, são dias do homem, o que serviria apenas para demonstrar um brutal machismo: 364 X 1.
Brincadeiras ocasionais à parte, o 8de março é homenagem às operárias americanas que, por protestarem por condições de trabalho e salário através de uma greve, foram trancadas, portas e também janelas, e queimadas vivas na própria fábrica onde dia a dia despendiam de 12 a 16 horas de labuta para ganharem o pão. Isso no longínquo ano de 1857.
Talvez aí o início de um processo que culminaria na revolução feminina dos anos 1960 e com o alcance de condições iguais entre os sexos.
À parte dessa história política toda, eu curto o dia da mulher porque ele representa o dia em que devemos lembrar com ainda mais carinho de todas as mulheres que fazem parte da nossa vida.
Como eu seria se nunca tivesse tido a candura da minha avó, ou a alegria da minha mãe, ou doçura e compreensão das minhas amigas e namoradas? Não seria o mesmo, com certeza, não sei se mais ou menos sensível ou doce, porque isso é da natureza humana, não de um gênero, mas sem elas eu certamente seria menos feliz, isso não há dúvida.
Alegrei-me da vez que beijei quem me amava de todo coração, e foi também inesquecível quando me abraçaram e choraram sem ter medo do que os outros poderiam pensar ou dizer. Foi a vida propriamente o olhar de amor infinito e dedicação que uma ou duas vezes eu pude ver nos olhos da mulher. É a lembrança que vem fazendo valer todos os sofrimentos o beijo na testa que sempre ganhei da avó por ser bom menino e por ter coragem. É propriamente a minha fé em Deus a certeza dela de que Jesus morreu na cruz para nos salvar e que assim vale respeitar a todos e tentar amar a todos. É propriamente a beleza do mundo o sorriso generoso e sempre jovem da minha mãe, é a semente de toda a minha rigorosa e clássica noção do belo.
Sem amor, sem carinho, sem fé, sem beleza, que triste e duro lugar seria o mundo... e mais, como viver sem o cheiro do cabelo delas, sem a maciez da pele, sem os olhos poderosíssimos a nos atirar torpedos, sem a infinita fragilidade que não deve nunca ser confundida com fraqueza? Impossível considerar.... mas por vezes é a abstinência que nos mostra mais claramente o valor das coisas, daí vale o exercício! Afinal, nem tão irreal assim é essa perspectiva, haja visto a quantidade de mulheres que querem ser homens no comportamento, o que é, para além de feio, muito triste.
Que não seja preciso ficarmos sem as belas, doces, amabilíssimas mulheres que nos fazem ser quem somos para só depois irmos chorar! É por isso que é sempre justo e necessário dar de volta às mulheres tudo que elas nos dão e em nada faltar-lhes, especialmente no amor e na confiança.
Mulheres do mundo: perseverem no carinho, na pureza e na doçura que orbita no seu mito que cá nos cantos perseveramos na crença de um mundo menos bruto, malicioso e hostil.