No alto do pico Aconcágua, na Argentina, ponto mais alto das Américas com quase 7.000 metros de altitude, morreu no último fim de semana o dentista Eduardo Silva, de 40 anos. Eduardo escalava o pico aconcágua com sua mulher, a jornalista Rita Bragatto, de 34 anos.
Profissionais liberais afetos à aventura e à emoção, alcançaram o topo das Américas no quinta-feira à noite.
Depois de terem atingido o pico na quinta-feira às 23 horas, perceberam sinais de congelamento, e decidiram descansar, descendo 200 metros até um local conhecido como 'canaleta'. Lá montaram a barraca e Eduardo, percebendo que a mulher estava em choque, abraçou-a e tentou reanimá-la por toda a madrugada, partilhando o calor do seu corpo.
Ela com certeza nunca se lembrará das palavras que ele disse naquela noite, visto que estava em estado de choque, mas imagino que foram palavras de fé, de esperança, quem sabe uma prece a Deus.
Eles que eram casados há mais de 10 anos tinham a vida em risco e com certeza Eduardo sabia que as condições não eram nada favoráveis.
Na manhã de sexta-feira os brasileiros foram encontrados por um guia norueguês e resgatados pela equipe de salvamento, Eduardo entretanto veio a falecer pouco depois.
Segundo os médicos, Rita também teria morrido se não fosse o socorro do marido que expôs-se para salvá-la, debilitando seu estado de saúde.