A senhorita Gisele Bündchen esteve desfilando pelas passarelas da Semana de Moda de São Paulo, ontem à noite com sua indefectível presença, a bem ou a mal, atraindo os olhares de todos.
À parte do apagão que ocorreu pouco antes do início dos desfiles de ontem (obrigando maquiadores a terminar o trabalho com a luz do visor do celular), o evento tem sido um grande sucesso e contado com a presença de personalidades nem sempre do mundo da moda, como a apresentadora Daniela Cicarelli e o cantor portoriquenho Rick Martin. Sem dúvida vieram dar ao evento um pouco mais da sua tônica veladamente promocional.
Mas dominando todos os holofotes, surge a senhorita Bündchen. Pouco antes tinha concedido uma entrevista a um repórter e deixado o pobre rapaz todo embaraçado com seu comportamento tão pouco gentil. Num certo momento ele tentou deixá-la mais relaxada e perguntou como se sentia com as pessoas perguntando todo o tempo sobre sua vida particular, bem, não foi uma boa idéia. A modelo tomou o microfone das mãos do repórter e disparou: 'bem, vamos ver como você se sente' e começou a fazer perguntas sobre a vida particular do entrevistador numa atitude típica de quem não sabe onde está nesse mundo. O repórter teve de embarcar na brincadeira de mal gosto e encabulado respondeu às perguntas. Ela não entende que por ser famosa desperta curiosidade de milhões de pessoas e a mídia quer essas respostas como veículo de informação. Ninguém se interessa pela vida particular do repórter a não ser a sua família.
Mas isso foi uma pura impertinência? Não, de uma maneira agressiva ela respondeu ao que ele havia perguntado. O problema é esse grande paradoxo que essa supermodelo representa. Considerada pelo mundo da moda como uma beldade, uma mulher ideal para desfilar seu modelo de corpo e imagem, ela não passa disso. Mais de uma vez, e essa última foi a melhor de todas, a senhorita Bündchen mostrou muito bem que é uma forma, que sua personalidade não a salvaria de ter de trabalhar numa fábrica de calçados ou num frigorífico, mas para sua sorte, nasceu com um nariz curiosamente bonito, emoldurado pelo padrão germânico.
Grossa, deselegante e antipática, ou na definição de um jornal inglês quando da especulação para ser uma Bond girl : chata.
Gisele é fruto da futilidade em que vive, de um mundo em que a imagem realmente é tudo. O choque acontece quando essa imagem abre a boca, bem, daí é um desastre completo. Outras pessoas foram muito destacadas por seus talentos não verbalizados que não necessitavam de muita sensibilidade, como Pelé e Einstein, esse último tinha a vantagem de ser inteligente e sarcástico.
Nossa brazilian supermodel é uma mulher perfeita com a boca fechada e sem chocar os outros com a sua falta de carisma e sensibilidade para lidar com a fama.
O fato é que Gisele (uma mulher na qual não vejo beleza, sinceramente) não é uma miss no quesito simpatia e personalidade, mas tudo bem, o que vale é a imagem e afinal, os concursos de miss estão mesmo, muito apropriadamente, em baixa.