Chega um tempo na vida em que é preciso fazer escolhas grandes: qual o melhor shampoo, a camisa mais adequada pra hoje à noite, qual a música que ela vai adorar ouvir quando estivermos juntos?
Na esquina da rua Halfeld com a Getúlio Vargas encontrei um velho amigo para pôr a conversa em dia e foi uma noite muito agradável a de terça-feira. Inevitavelmente lembrei-lhe que estamos vivendo uma época de decisões grandes e como estava angustiado com aquilo tudo. É um tema tão relevante que deveria ser trazido pra cá, mas não trouxe antes porque achava que estava faltando um componente à discussão e agora tenho-o aqui na minha frente.
Na sinuosidade das coisas simples não se entrevê como é importante não esquecê-las! Que importa se daqui a 10 anos serei o maior magnata do petróleo que já viveu se hoje a minha ambição não traz as respostas que eu tanto quero?
A angústia a a ansiedade ficam, então, deitadas comigo e dão beijos rápidos e sem nenhum carinho para que eu me perca das coisas que são mais relevantes, num jogo sempre previsível e incoerente.
Eu decidi que naquela noite duas cervejas eram suficientes para rir um pouco e na medida dessa decisão quantos assuntos voaram naquela mesa! Não é mais o tempo de deixar que outros decidam, afinal não há mais talco pra mim já há muito tempo.
Lembro bem de ter lido num livro de auto-ajuda que o que diferencia os homens não é o talento, mas suas escolhas, e das muitas bobagens que são escritas nesses livros, essa não deve ser esnobada.
Escolher certo é tudo que eu quero e não ter de escolher sempre é a ambição secreta.